Não se engane com a atmosfera remota de Carolina, no extremo sul do Maranhão. A pacata cidadezinha com cerca de 20 mil habitantes esconde um cenário surpreendente que parece uma obra feita à mão! A Chapada das Mesas é um tipo de “paraíso perdido” e vem aos poucos sendo descoberta por viajantes apaixonados pelo ecoturismo. O Parque Nacional da Chapada das Mesas, nome de registro, é uma unidade de conservação criada a cerca de 13 anos. Diversificada, reúne paredões, quedas d’água, piscinas naturais, cânions e todo o clima do sertão e cerrado.

O Zarpo Magazine organizou todas as informações necessárias – como chegar, serviços, dicas e passeios – para viajar até a Chapada das Mesas. Apaixone-se pelo Maranhão para além dos Lençóis Maranhenses!

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O que você precisa saber antes de conhecer a Chapada das Mesas

Chapada das Mesas
A Chapada das Mesas é um destino off-road que mostra outra face do Maranhão | Nando1462 /CC BY-SA

Antes de viajar para a Chapada das Mesas, algumas coisas devem ser consideradas e incluídas no planejamento para que não haja perrengue. A cidade base para conhecer a região é Carolina, a cerca de 12 horas de carro da capital São Luís, na divisa com o Tocantins. O município é o que conta com melhor localização e infraestrutura para receber os turistas, oferecendo hospedagens e restaurantes. Cinco dias inteiros é o tempo aconselhável para conhecer todas as atrações da Chapada das Mesas com tranquilidade.

Para chegar até Carolina, é necessário pegar um avião até Imperatriz, a segunda cidade mais populosa do Maranhão. Chegando lá, é recomendado alugar um carro pois ele é quase uma necessidade caso a viagem seja feita por conta própria. De Imperatriz até Carolina são aproximadamente 215 km. É sempre calor na região, mas a seca é a melhor época para conhecer a Chapada das Mesas. Neste período, que vai de maio a setembro, o risco de chuva é mínimo. Em julho, a desvantagem é o alto fluxo de turistas. Em média, a temperatura anual é de 30°C.

Alguns itens são essenciais e não podem faltar na mala. Não esqueça do tênis confortável ou especial para trekking, e das roupas leves e (é claro!) confortáveis para caminhar durante o dia debaixo do sol. Biquíni e roupas de banho, óculos de sol e boné, garrafinha de água e lanches leves para levar nos passeios, protetor solar, repelente, lanterna e dinheiro em espécie para emergências também serão necessários.

Como chegar: Há voos diretos e diários de São Paulo para Imperatriz, mas sem volta direta todos os dias, somente às segundas, quintas e sábados. Com conexão, a volta acontece diariamente. De Brasília, São Luís, Recife e Salvador os voos partem diariamente, podendo haver exceções em alguns períodos. Já a partir de Fortaleza, os voos só acontecem aos domingos. Outra opção é ir até Carolina de carro, saindo de Palmas, capital do Tocantins. O trajeto tem cerca de 500 km.

Complexo da Pedra Caída: um santuário de belezas naturais

Complexo da Pedra Caída
O Complexo da Pedra Caída é um dos atrativos indispensáveis da Chapada | Otávio Nogueira/Flickr CC-BY

É necessário um dia inteiro para conhecer o Complexo da Pedra Caída. Localizado na BR-010, a cerca de 40 km do centro de Carolina, o local parece um clube e tudo lá é pago, inclusive a entrada. O complexo turístico é um empreendimento privado que abriga cachoeiras, cânions e cavernas, além de dispor de infraestrutura hoteleira, restaurantes, esportes de ecoturismo e piscinas com toboáguas.

Entre os pontos de interesse e as mais de 20 cachoeiras catalogadas, destacam-se o Cânion do Santuário, a Cachoeira da Caverna, a Cachoeira do Capelão e a Cachoeira do Santuário, a grande atração do complexo. Para chegar a esta cachoeira de incríveis 46m, é necessário seguir a pé por uma trilha ecológica, em meio a enormes paredões.

Ao chegar no local, o turista escolhe seus passeios, que saem do ponto central do complexo, em grupos, com guias e veículos apropriados. A entrada custa cerca de R$60 e dá acesso às piscinas naturais e artificiais, bares e restaurantes. Idosos, estudantes e pessoas com deficiência possuem desconto no valor (confira no site). Os preços dos passeios variam de R$30 a R$120 (preços sujeitos à alteração).

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A beleza das cachoeiras e poços d’água da Chapada das Mesas

Cachoeira do Prata
Tire um dia para se refrescar na Cachoeira da Prata, um dos destaques aquáticos | Otávio Nogueira/Flickr CC-BY

As cachoeiras da Prata e São Romão são grandes destaques aquáticos da Chapada das Mesas e estão a cerca de 70 km de Carolina. O trajeto difícil para chegar às duas é compensado por um visual indescritível e totalmente preservado, quedas d’água impressionantes e poços para nadar. A primeira parada do roteiro é a Cachoeira da Prata. Localizada em uma área privativa – é cobrado um valor símbolo para a manutenção do local –, a cachoeira é formada por quedas d’água de aproximadamente 20m e poços que permitem nadar no Rio Farinha. O local permite ainda a prática de rapel e canionismo.

Cachoeira São Romão
A Cachoeira São Romão, a mais fascinante do destino, tem queda de 25m | Otávio Nogueira/Flickr CC-BY

Ao lado está a Cachoeira São Romão. Uma das mais fascinantes do destino, possui a maior queda d’água do Rio Farinha, com cerca de 25m. A queda pode ser vista de cima a partir de seu topo, ou de baixo, onde forma-se uma espécie de “prainha”. O local conta com aluguel de caiaque, uma experiência incrível onde é possível chegar o mais próximo da cachoeira, e uma abertura lateral. Nas proximidades há também um simples restaurante e a dica é provar a galinha caipira feita no fogão à lenha. Para acessar a Cachoeira São Romão, também é cobrada uma taxa para a manutenção e preservação do ambiente.

Cachoeiras do Itapecuru
Refresco em dose dupla! As “Cachoeiras Gêmeas” estão no Parque Itapecuru | Otávio Nogueira/Flickr CC-BY

As cachoeiras do Itapecuru, mais conhecidas como “Cachoeiras Gêmeas”, são duas quedas que juntas formam um enorme lago de águas transparentes. Ambas estão localizadas no Parque de Itapecuru, em São João da Cachoeira, a cerca de 30 km do centro de Carolina. Por se tratar de uma propriedade privada, também é cobrada uma taxa de acesso de aproximadamente R$20. O local conta ainda com boa infraestrutura de turismo, com serviços de alimentação, banheiros e mesas e cadeiras nas margens do rio.

Importante: Para conhecer as cachoeiras da Prata e São Romão é recomendado que se contrate um guia. A estrada que dá acesso às duas é bem ruim, sendo necessário o uso de um veículo 4×4 e um motorista experiente.

Morro do Chapéu e Portal da Chapada: a vista de cima vale a pena!

Morro do Chapéu
Com formato de mesa, o Morro do Chapéu é o ponto mais alto da Chapada | Vitor 1234/CC BY-SA

O Morro do Chapéu é um prato cheio para os apaixonados por trekking. O ponto mais alto da região da Chapada das Mesas possui cerca de 380m e a vista 360° a partir de seu cume é fascinante. Localizado a cerca de 13 km de Carolina, é necessário preparo físico – ou muita disposição – para chegar até o topo. Recomenda-se contratar um guia e o uso de um veículo 4×4, que possibilita os visitantes a chegarem até a base do Morro. A trilha é dificultosa, íngreme, com pedras soltas e é necessário escalar em alguns trechos.

Portal da Chapada
Aprecie toda a região no cartão-postal da Chapada das Mesas, o Portal da Chapada | Otávio Nogueira/CC BY

O Portal da Chapada é o cartão-postal da Chapada das Mesas e também o melhor lugar da região para apreciar o nascer e o pôr do sol. Naturalmente esculpida, a rocha possui uma abertura bem no meio, onde é possível avistar o Morro do Chapéu. O local do portal permite que os visitantes andem por sua extensão, descobrindo assim outros pontos de observação.

A atração está ao lado da rodovia BR-010/BR-230, a cerca de 20 km de Carolina. O acesso é feito por um caminho de areia fofa e o passeio pode ser feito por conta própria, sem o auxílio de um guia. Por estar localizada em uma propriedade privada, é cobrada uma taxa de R$10 por pessoa para visitar a atração (preço sujeito à alteração).

Riachão: encantos para além de Carolina

Riachão
Em Riachão, a 100 km de Carolina, os encantos são azuis e cristalinos | Francisco Lusivaldo Marques/CC BY-SA

As belezas naturais da região do sul do Maranhão se estendem por Riachão, uma pequena cidade localizada a cerca de 100 km de Carolina. É possível chegar até lá por conta própria com o uso de GPS e carro de passeio, seguindo pela BR-230. A estrada é tranquila, praticamente uma reta só. Os grandes destaques do destino são o Poço Azul e Poço Encanto Azul. Já pelo nome é possível deduzir a cor da água dessas duas fascinantes cachoeiras.

Complexo do Poço Azul
O Poço Azul é a grande atração do complexo que leva seu nome. | Vitor 1234 /CC BY-SA

Ao chegar em Riachão, algumas placas indicam o caminho até o Complexo do Poço Azul. A entrada custa R$60 e dá acesso às cachoeiras e infraestrutura do local. Entre as passarelas de madeira está o famoso Poço Azul, o destaque do complexo. A cor da água é simplesmente indescritível! O local conta com um grande espaço para nadar e algumas pequenas quedas d’água. É no Complexo do Poço Azul que está também a Cachoeira de Santa Bárbara e Cachoeira dos Namorados, outras duas opções que valem a visita.

Poço Encanto Azul
Para uma experiência mais intensa no Poço do Encanto Azul, leve máscara de snorkel | Marlécio Cunha/CC BY-SA

Seguindo por uma estrada de terra, a alguns poucos quilômetros do Complexo do Poço Azul, chega-se até o Poço Encanto Azul. O nome é subjetivo e de fato deixa qualquer um encantado. O acesso é feito por uma escada íngreme e é cobrada uma taxa de R$20 na entrada. Diferentemente do complexo, não possui infraestrutura turística, mas em compensação o visual é deslumbrante. A dica é levar máscara de snorkel para observar os peixinhos!

Importante: É aconselhável que o roteiro comece pelo Poço Encanto Azul no período da manhã, pois neste horário a incidência da luz solar é maior, potencializando ainda mais a coloração da água. A dica para os dois passeios é que o turista leve máscara de snorkel, dinheiro em espécie ou cartão de débito.

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