Apenas um único dia no ano é pouco para celebrar o que, diariamente, nos proporciona a força feminina. As inúmeras conquistas devem estar em pauta sempre, inclusive as do mundo das viagens – há muitas mulheres que fizeram história viajando.
Que tal relembrar histórias incríveis de mulheres que contribuíram – e contribuem até hoje – com o mundo do turismo em viagens incríveis? Enfrentando dezenas de obstáculos de gênero, classe e raça, elas marcaram o seu lugar de destaque e inspiraram outras mulheres a serem tão grandiosas quanto.
Neste post especial do, selecionamos 7 personagens reais que transformaram o mundo viajando!
1. Jessica Nabongo
Para abrir a nossa lista de mulheres que fizeram história viajando, nada mais inspirador do que Jessica Nabongo, primeira mulher negra a conhecer todos os países do mundo. Filha de pais ugandeses, a americana nascida em Detroit iniciou sua jornada em 2016, concluindo esse feito três anos depois, ao pisar em Seychelles, na África.
Jessica foi compartilhando todos os passos da sua volta ao mundo no Instagram e acabou conquistando grande público, inclusive hotéis que viraram parceiros, cedendo hospedagem em troca de divulgação na sua página. Para ajudar com os custos da longa viagem, a americana também fundou uma empresa chamada Jet Black de roteiros personalizados.
Ao longo da jornada, a viajante enfrentou experiências negativas, como falsa acusação de prostituição, perseguição de homens e assédio. Os percalços não a impediram de levar para casa o título de primeira mulher negra a pisar em todos os países do mundo, feito antes alcançado apenas por pessoas brancas e, em sua maioria, homens.
2. Bessie Coleman

Se já é difícil hoje encarar os preconceitos, imaginem no século passado? A afroamericana Bessie Coleman não apenas enfrentou todos eles como ainda se consagrou como a primeira mulher negra piloto nos Estados Unidos. E não é só isso: Bessie também foi a primeira mulher descendente de africanos do mundo a adquirir licença de piloto internacional.
Ela nasceu no Texas em 1892, apenas 27 anos depois da escravidão ser abolida nos EUA. Proibida de exercer a função no país, Bessie adquiriu cidadania francesa, aprendeu o idioma e se matriculou em uma escola de aviação na cidade de Le Crotoy. Sua licença internacional veio após um ano de aulas e, logo depois, ela passou a investir no estudo de acrobacias aéreas.
Bessie voltou à América em 1922 e seu sucesso cruzou o país, fazendo com que ganhasse voz na luta contra a segregação e combate ao racismo. A americana tinha o sonho de construir uma escola para aviadores negros, mas infelizmente não conseguiu concretizá-lo: em 1926 sofreu um acidente de avião fatal, deixando como herança seu legado que inspira gerações.
3. Tamara Klink
É claro que na nossa lista de mulheres que fizeram história no turismo não faltaria uma representatividade brasileira. E ninguém melhor do que Tamara Klink para ser parte da nossa seleção. Filha da fotógrafa Marina Klink e do velejador Amyr Klink, Tamara, além do sobrenome, também carrega o amor pelo mar que ao seu pai rendeu boas aventuras.
Mas foi aos 24 anos que ela navegou pelo Atlântico em seu barco de 8 m e se tornou a mais jovem brasileira, entre homens e mulheres, a cruzar o oceano sozinha. Se engana quem pensa que Tamara teve apoio dos pais para investir nesta jornada: a viajante recebeu empréstimo de amigos e criou canal no Youtube para conseguir patrocínios.
A viagem partiu da França e chegou a Recife, levabdo três meses e 9 mil km percorridos. Tamara também publicou dois livros sobre suas aventuras em alto-mar, incluindo uma viagem da Noruega à França. Um deles é um diário narrando suas experiências de viagens e o outro tem poemas inspirados no seu crescimento pessoal adquirido durante a travessia.
4. Amelia Earhart

Não poderíamos deixar de colocar Amelia Earhart na nossa lista de mulheres que fizeram história viajando. Quebrando barreiras ao se tornar a primeira mulher do mundo a sobrevoar o Oceano Atlântico sozinha, Amelia dfoi pioneira na aviação dos Estados Unidos, além de ser uma das maiores defensoras americanas da história dos direitos das mulheres.
Aos 25 anos, seu primeiro feito histórico foi estabelecer um recorde feminino ao alcançar mais de 4 mil metros de altitude. Já em 1932, a jovem embarcou em uma jornada sem escalas, pilotando sozinha, durante 15 horas, um avião com percurso sobre o Atlântico. A viagem lhe rendeu um prêmio do Congresso Americano e o título de primeira mulher a voar na região.
Outra aventura foi um voo solo do Havaí até o continente americano, conferindo a ela também o título de primeira mulher a realizar este trajeto pelo ar. Precursora da aeronáutica, Amelia abriu portas para a participação feminina na aviação, fundando a organização de aviadoras Ninety-Nines e incentivando mulheres a ocuparem cada vez mais lugares no ramo.
5. Jeanne Baret
Em uma época em que as mulheres eram proibidas de viajar a bordo de navios da Marinha, a francesa Jeanne Baret se disfarçou de homem para acompanhar uma expedição de Louis Antoine de Bougainville e se tornou a primeira mulher a circum-navegar o mundo, ou seja, a realizar a volta completa na Terra em uma viagem pelo mar.
Nascida na França em 1740, Jeanne Baret era de uma família camponesa e se tornou especialista em botânica. Ao se relacionar com o botânico Philibert Commerson, a jovem passou a acompanhá-lo em viagens pela Europa, incluindo uma expedição do governo pelo mundo para desbravar outras terras e onde seu parceiro coletaria novas espécies.
Para isso, Jeanne precisou vestir roupas largas e ataduras, além de adotar um nome masculino. A expedição fez com que a francesa encontrasse mais de seis mil diferentes novas plantas, trazendo notáveis descobertas e assumindo o papel de botânico-chefe muitas vezes em que as condições de saúde de Philibert não o permitiam.
6. Nellie Bly

Elizabeth Cochran Seaman, mais conhecida como Nellie Bly, superou os obstáculos que a impediriam de dar a volta ao mundo há cerca de 130 anos. Seguindo carreira em um dos maiores jornais dos Estados Unidos, o New York World, a jornalista convenceu seu editor a confiar a ela, em vez de a um homem, o desafio de completar a volta ao mundo mais rápida.
Foi no início de 1890, então, que a americana, aos 25 anos, quebrou o recorde mundial: passando por todos os continentes, seu percurso de mais de 40 mil quilômetros foi concluído em apenas 72 dias a bordo de navios, trens e barcos. A experiência deu origem ao livro Volta ao Mundo em 72 Dias, escrito pela própria Nellie e sucesso internacional.
Mas antes do recorde, Nellie estava muito à frente do seu tempo: pioneira do jornalismo investigativo, escrevia sobre a mão de obra feminina nas fábricas, desigualdade e assuntos com temáticas sociais, incomodando empresários e governantes e ficando cada vez mais em evidência já que, naquele tempo, não era comum mulheres debaterem esse tipo de pauta.
7. Freya Stark

Nascida em Paris no fim do século XIX, Freya Stark foi uma grande exploradora e escritora europeia, publicando mais de 20 livros que narram suas experiências de viagens pelo Oriente Médio e Afeganistão, lugares em que, na época, nunca haviam sido visitados por mulheres sozinhas.
Desbravando a região do mundo islâmico, Freya viveu algum tempo em Bagdá, se abrigando em acampamentos e vivenciando experiências locais, como trajetos em camelos e caminhadas árduas sob o sol. Foi, ainda, uma das primeiras pessoas não-árabes a percorrer o Deserto da Arábia, se tornando uma corajosa exploradora, além de geógrafa, arqueóloga e historiadora.
Não à toa ela fecha nossa lista de mulheres que fizeram história viajando com chave de ouro!
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