O Outubro Rosa é uma campanha de conscientização sobre o câncer de mama. É o mês em que o mundo inteiro compartilha conteúdos sobre prevenção e diagnóstico deste que é o tipo de câncer mais incidente e mais mortal entre mulheres de todo o mundo, de acordo com a International Agency For Research on Cancer. 

A informação é essencial na luta contra o câncer, especialmente o de mama. Isso porque em grande parte dos casos ele pode ser percebido pelas próprias mulheres. Com diagnóstico precoce, a chance de cura é de 95%.

O que é o câncer de mama?

O câncer de mama é causado pela multiplicação de células anormais no tecido mamário. Existem diferentes tipos de tumores, e não há uma causa específica para a doença. O que existem são fatores de risco, por exemplo a idade: mulheres com mais de 50 anos têm mais probabilidade de desenvolver o câncer.

É possível reduzir o risco do câncer de mama com a adoção de hábitos saudáveis, como alimentação saudável, prática de exercícios físicos e evitamento do uso de hormônios sintéticos. A amamentação também é um fator protetor.

“Quanto mais tempo você amamenta, menores são os riscos de desenvolver a doença. Isso se deve ao bloqueio estrogênico durante o período de amamentação”, explica a Camila Escudeiro, médica especialista em ginecologia e obstetrícia.

Mesmo assim, é difícil falar em prevenção do câncer de mama, uma vez que várias causas podem estar relacionadas ao seu surgimento, inclusive fatores que não podem ser modificáveis, como os genéticos.

“Como temos fatores que infelizmente não podemos mudar, é importante fazer regularmente os exames de rotina para câncer de mama”, aponta Camila Escudeiro.

Apenas mulheres têm câncer de mama? Não. Homens também possuem tecido mamário, ainda que menos do que mulheres. A atenção é necessária, mas homens representam apenas 1% dos casos de câncer de mama.

Autoexame, mamografia e ultrassom das mamas

Identificar diferentes fatores de risco não é garantia de que a mulher desenvolverá o câncer de mama. Assim, a melhor forma de cuidado é observar os sinais e sintomas nos próprios seios, e realizar acompanhamento médico. 

Mulheres de todas as idades devem realizar o autoexame no dia a dia, mesmo aquelas com menos de 50 anos.

Ao notar alguma dessas alterações, é preciso consultar um especialista o quanto antes. Não necessariamente é câncer; é possível que seja cistos simples, lipomas (tumor benigno composto por gordura), ou alterações fibrocísticas, associadas ao ciclo menstrual. O autoexame não substitui o diagnóstico médico.

“É importante fazer o exame, mas o ideal é existir um acompanhamento, com exames de rotina de acordo com a faixa etária”, explica a doutora. Estes exames começam aos 35 anos. Antes disso, não há necessidade de avaliações rotineiras, a não ser em caso de algum desconforto.

Doutora Camila Escudeiro, ginecologista e obstetra
A doutora Camila Escudeiro atua na Clínica Iluminar, centro médico com foco na saúde da mulher

A mamografia avalia lesões iniciais, as microcalcificações. Para as mulheres de 50 a 69 anos, a recomendação é que a mamografia seja realizada a cada dois anos, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer. 

Outro exame usado para análise de caso, é a ultrassonografia das mamas, que é feito especialmente antes dos 50 anos, quando as mamas são mais densas. O ultrassom serve também para complementar a mamografia, com diferenciação das lesões císticas com as lesões nodulares.

“Todas as mulheres na faixa de 40 a 69 anos têm necessidade dessa avaliação periódica”, explica a ginecologista Camila Escudeiro.

Na gestação e no pós-parto, o câncer de mama é mais raro. Porém, como a mama sofre modificações gestacionais, é importante estimular o autoexame, fazer um exame físico minucioso na consulta de pré-natal e realizar uma anamnese detalhada, para identificação dos fatores de risco.

Diagnóstico e tratamento

O autoexame, a mamografia e outros exames identificam alterações suspeitas, mas a confirmação da doença é através da análise de uma pequena parte da lesão, ou seja, de uma biópsia.

Uma vez diagnosticado, o melhor tratamento é conduzido pelo médico, de acordo com o estadiamento. O tratamento pode ser local, com cirurgia e radioterapia, ou sistêmico, com quimioterapia, por exemplo.

Vale lembrar que, quando diagnosticado precocemente, o câncer de mama tem chance de cura de 95%, e por isso a prevenção e o autocuidado são fundamentais.

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